Sei que há um anjo que vela



Tristeza profunda no coração interceptado,
apenas dançou alegremente, embalado
pelos gritos de profundas gargantas
não partiu pedaços de céu como mantas,
se contentado em olhar o teto do quarto
adornado com grânulos de cristal farto,
ouro e prata bailarinos nas paredes
tudo dentro do mundo visível de redes,
som vigilância da pequena lua da noite.


Revirando-se nas cadeiras de madeira
os passageiros pagantes da barca inteira
em silencio psicografavam mensagens
banhados por lágrimas, brilhantes imagens
vertidas dos olhos do quadro à míngua
de outra menina surrealista mostrando a língua,
com a alma distante cautelosamente triste
mantendo a respiração áspera, dedo em riste
entre a Torre de Londres e o cais do Tamisa.

Mas, havia sorriso, sorrisos triplos irradiados,
besuntados de inflamatórios bem preparados
nas mãos intrínsecas balançando a chama fatal,
tremendo selvagem, com medo de quebrar o cristal
da redoma brilhante inteiramente vigiada,
mesmo nesta cidade, nesta casa isolada.
Só na cama, travesseiro cobrindo a cabeça,
sei que há um anjo que vela para que nada aconteça
querendo me desenhar asas azuis nas costas.

Assim poderemos voar guiados por uma fada
libertando a bailarina de saia engomada
que dançava sob o vidro obediente
às voltas com ponteiros do tempo exíguo na mente

saindo ambos das sombras com ressuscitados desejos.
13122015

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