Todos os dias ele faz tudo sempre igual, e mesmo sem
paga, apaga o dia em horários
exatos - mas não precisos, fazendo-o recolher-se
conciso em sombras, quando os vales livram-se dos xales e recebem o amplexo do
reflexo convexo das planícies.
Exultante, segue avante confiante o astro rei.
Finda mais uma jornada entre nove das dez estrelas invisíveis a olho nu, o
bólido como cauda de cometa atravessa lentamente os entremeios dos cumes verdes
das montanhas, para em seguida, no final da lida, desaparecer na linha
imaginárias do horizonte alternativo, ora em chamas como um copo de suco de
laranjas atômicas e acerolas psicodélicas lançado horizontalmente rente ao
balcão do pub irlandês explodindo contra o blindex.
Nas altaneiras montanhas, bicos dos seios da terra
fecunda, as rosetas das esporas são flores tresloucadas aquecidas à luz
fracionada do caleidoscópio manipulado por extravagante verão tropical.
Cautelosos, observam as últimas faíscas dançarem silenciosas e vagas,
insustentáveis diante de tanta leveza, como rubis ortorombicos particionados ao
acaso por joalheiro amador desprezando as faces de clivagens convencionais.
Entanto isso, na paisagem campestre, toda a abóbada
celeste - o etéreo assento do ilustre poeta observa a quadrilha rupestre dos
elefantes bailarinos, dançantes e hiantes saudosos de uma visita a uma loja de
cristais, recebendo estes, os reflexos azuis esverdeados entre os círculos de
fogo brando escolhido pelos mais valentes ancestrais que ainda observam a cena
bucólica, não original, nem inédita.
Como tudo neste orbe tem um final, afinal, o carro
de fogo obedecendo ao comando do auriga às luminosas parelhas, amaina o ritmo
respondendo ao passa dos corcéis, em passadas ainda rápidas para a idade que
aparentam. Em seguida, com voz metálica e rouca e sorriso na boca, como som de
motosserra assassina esmigalhando tendões e músculos, o sol declara instalada
mais uma sessão da noite, chamando para compor a mesa nove luas e seus tantos
quantos acólitos responsáveis pela divisão equânime do firmamento em outros
quantos tantos forem os quinhões correspondentes a cada qual, suficientes e
necessários ao menos, naquele momento ímpar e lugar comum. Não obstante a semi escuridão reinante, já não se permite mais a visão profética dos ancestrais
preocupados com os elefantes na loja de cristais, ainda esperando o chá das
oito, mas prevendo destinos diante de fugas e serenatas aos luares. Não são
predestinados a ocuparem as duas vias na mesma faixa da estrada plana das vidas
sem permitir o arrependimento jamais, deixando elefantes agora tendo camelos
como partners dançando ao som dos madrigais.
Assista o vídeo dessa crônica
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08/11/2015 10:45:12
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