Do bardo, a Glória e a janela





Quando se vê que nem estouraram todas as pipocas,
sentimentos conhecidos soam fortes, lotam a alma.
É hora de ir para casa, com o olhar fixo nos docas,
do já ocidente memorando o longo gemido da palma.
E sobre tudo o que sob estes céus nos deu o Criador,
ecoam sempre muitos gritos dos pardais apavorados,
repetindo como melodias aos carregadores do andor,
divertindo os ouvidos de quem tem prazeres ousados.



Os dentes e as jugulares esperavam por um arrebol,
peito cheio de ansiedade e premido por confissões,
permeados do desprezo cruel de uma nota em bemol,
agravadas pelo desprezo do mate verde em efusões.
Sempre foi cruel destino do anfíbio a ter vã a vida,
dispostos belos sonhos nos retículos dos cristais, 
semeando ondas de confusão, ter a jugular partida,
ser a vitima das lancetadas dos esculápios imorais.

Espero sereno e acredito que a vida será a fiança
para o futuro das solas nas gerações do ocidente,
a terra só cresce enquanto a escuridão não alcança,
foge tímida sem encontrar a morte na noite silente.
O vate dedica a pena quando a espada derrota cães,
chorando a miséria de ter cruzado revel o caminho,
no terrível tormento, ergueu como castigo aos pães,
nas polis gregas o lucro de metecos com o moinho.

Não foi apenas a mão poderosa mãe do sangue vivo,
quando só pensou na rapidez da visão daquele aviso,
um círculo em volta dela derramava suor opressivo
sobre sementes da ciência em profuso tom conciso.
O bardo não atende gritos sequer por perseverança,
rompe a tradição da trilha designada onde disse a ela:
- "Vá garimpar o sal da terra sem quebrar a aliança”.

Ela passou... Pode ganhar Glória... Mas espere na janela.



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